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A segurança do Bitcoin tem gerado controvérsias no mercado nas últimas semanas. E o debate está trazendo de volta temores antigos, como a computação quântica. Acredita-se que tecnologia poderia quebrar a criptografia das criptomoedas. Contudo, um especialista no assunto afirma que há saídas.
De acordo com Joël Alwen, chefe de criptografia do aplicativo de bate-papo criptografado Wickr, há muito exagero em torno deste debate.
À Forbes, ele disse que, apesar de todo o marketing sobre a possível “supremacia quântica”, os avanços globais estão lentos. Ou seja, os computadores quânticos atuais não podem prejudicar significativamente a criptografia das criptomoedas.
Alwen explicou que isso é resultado da falta de comunicação entre os especialistas na tecnologia.
Entretanto, não se descarta a possibilidade de isso vir a acontecer futuramente. Afinal, governos e empresas do setor privado como Microsoft e Google estão trabalhando para tornar isso uma realidade.
Neste caso, pouco importará se o algoritmo de consenso usado pela criptomoeda é de Prova de Trabalho ou Prova de Participação.
Além disso, as assinaturas digitais e a criptografia usada para proteger as chaves privadas são pontos de vulnerabilidade em comum em ambos os casos.
Apesar de o cenário parecer caótico, Alwen disse que há soluções: as criptomoedas podem ser proativas em relação à criptografia pós-quântica:
“Há coisas reais que podemos fazer. Bitcoin e outras criptomoedas podem levar algum tempo para resolver esse problema. Portanto, qualquer trabalho preparatório deve ser considerado importante, olhando para os benefícios e custos”, disse.
Essas ações preventivas seriam facilitadas porque, segundo ele, existem apenas dois ou três técnicas criptográficas que precisam ser substituídas, incluindo assinaturas digitais e acordos-chave.
Para o especialista, corrigir essas duas áreas ajudaria a resolver grande parte das vulnerabilidades que podem vir da computação quântica.
Alwen apontou ainda para a possibilidade da realização de soft forks ou hard forks para solucionar a questão. Segundo ele, se uma lacuna de alguns anos for identificada antes que essa quebra aconteça, uma atualização apoiada pela comunidade, poderia mitigar a ameaça.
Falando sobre medidas que podem ser adotadas agora para redução de riscos, o especialista mencionou as carteiras de hardware (offline).
Alwen explicou que esses dispositivos são muito melhores do que aparelhos como laptops e telefones celulares em termos de segurança e foco atribuídos à chave privada.
Por fim, o criptógrafo destacou que uma quebra repentina e crítica na criptografia afetaria diversos setores. No entanto, representaria uma ameaça direta à descentralização e à segurança das criptomoedas.
Apesar disso, ele entende que, como a criptografia é uma parte crítica das criptomoedas, espera-se que a comunidade seja mais ágil do que as indústrias tradicionais neste ponto.
Se a proatividade é a chave, a comunidade largou na frente. Isso porque pesquisadores já estão no processo de construção da criptografia quântica segura.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (NIST), por exemplo, trabalha em um novo padrão para criptografia para o futuro que é à prova de quantum.
“É um problema técnico e há uma solução técnica para ele. Existem algoritmos novos e seguros para assinaturas digitais. … Você terá anos para migrar seus fundos de uma conta para outra”, disse Thorsten Groetker, especialista no assunto.
Groetker disse que espera o primeiro algoritmo do tipo até 2024, o que ainda é, segundo ele, muito antes de um computador quântico conseguir quebrar a criptografia do Bitcoin.
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