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A Comissão Econômica para a América Latina e as Caraíbas (CEPAL) atualizou suas projeções para o crescimento econômico de El Salvador, o pioneiro na adoção legal do Bitcoin (BTC), elevando a estimativa para 2,3%.
No relatório mais recente, divulgado em 14 de dezembro, a entidade, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), revisou para cima as projeções anteriores feitas em setembro, quando estimava um crescimento de 2,1% para o PIB do país ainda este ano.
No entanto, apesar da melhoria, a correção de dois décimos ainda fica aquém das expectativas do Banco Central de Reserva, que apontou um crescimento de 2,6% até 2023 para a economia local.
De acordo com o relatório da CEPAL, El Salvador está previsto para ter o menor crescimento na América Central, em comparação com Costa Rica (4,9%), Guatemala (3,4%), Honduras (3,3%) e Panamá (6,1%) neste ano.
É importante considerar que, sendo o menor país da região, a economia salvadorenha dificilmente pode ser equiparada à de nações com dimensões muito maiores.
Daniel Títelman, diretor de Desenvolvimento Econômico da CEPAL, aponta que, apesar do crescimento observado nas economias regionais, a desaceleração é um denominador comum. Ele alerta para um declínio constante na tendência de crescimento do produto na região.
No entanto, as projeções otimistas sobre o crescimento econômico de El Salvador, feitas pela CEPAL, contrastam com a crítica da entidade à adoção legal do Bitcoin no país. Desde a implementação do BTC em 2021, o órgão expressou preocupações sobre possíveis riscos sistêmicos e sua associação com lavagem de dinheiro.
Apesar disso, com a legalização do BTC e o governo adquirindo a moeda para suas reservas, o país centro-americano não enfrentou grandes complicações nos últimos dois anos e até mesmo melhorou timidamente.
O crescimento sustentado do turismo em El Salvador, impulsionado por entusiastas do Bitcoin, desenvolvedores e empresários, é um reflexo dessa melhoria. A habilidade de pagar com BTC em diversos estabelecimentos tornou o país atraente para um público diversificado.
Porém, o aumento do turismo também é atribuído à sensação de segurança após medidas governamentais contra as gangues. Ainda assim, a CEPAL identifica El Salvador como um dos países da região com maior risco de crédito, juntamente com Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia.
Embora o país tenha melhorado sua situação de dívida, passando para uma classificação B- pela S&P Global Ratings, ainda permanece em risco de inadimplência, conforme indicado pelo JP Morgan. Essa situação ressalta os desafios econômicos subjacentes, apesar das melhorias recentes.