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Documento vazado mostra como a Binance foge de reguladores

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Uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, a Binance, foi concebida com uma estrutura elaborada para enganar os reguladores de criptoativos.

Assim, sendo projetada para “lucrar sorrateiramente” com investidores em criptomoedas dos Estados Unidos.

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É o que mostra um documento criado por executivos sêniores da Binance e obtido pela Forbes.

Entidade Tai Chi

O documento de 2018 detalha os planos para a criação de uma empresa nos EUA apelidada de “Tai Chi”.

“Embora a Binance pareça ter saído de seu caminho para se submeter às regulamentações dos EUA, estabelecendo uma subsidiária compatível, a Binance.US, um motivo oculto agora é aparente”, diz a Forbes.

No arquivo vazado, há uma apresentação que revela um plano estratégico de propaganda enganosa.

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Segundo a Forbes, a entidade estabeleceu operações nos EUA “para distrair os reguladores” fingido conformidade.

Enquanto isso, a empresa agiria para mover os rendimentos na forma de taxas de licenciamento para a “empresa-mãe”, a Binance.

Ao mesmo tempo, os clientes aprenderiam a escapar das restrições geográficas até a implementação de soluções tecnológicas.

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A fonte da Forbes afirmou que o documento foi criado pelo ex-funcionário da Binance, Harry Zhou.

Binance

Mitigação de fiscalização dos EUA

O primeiro objetivo desse plano é minimizar o impacto da regulamentação dos EUA. 

Nesse sentido, o documento aponta para a necessidade de minar a capacidade de “combate à lavagem de dinheiro e aplicação de sanções dos EUA” para detectar atividades ilícitas.

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Mais especificamente, indica uma estratégia para enganar órgãos reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários, Comissão de Negociação de Futuros de Commodities e outros.

Para isso, o documento defende a participação em um programa do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS). O objetivo seria detectar fraquezas nos sistemas financeiros.

Um representante do DHS confirmou à Forbes que a Binance participou do programa Cornerstone para se tornar uma empresa de serviços financeiros.

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“Isole a Binance da aplicação dos EUA”

Outra seção do documento aponta:

“O pessoal da Binance matriz continua operando de local fora dos EUA para evitar riscos de execução”.

O documento também detalha como a Tai Chi atuaria como um ímã para investigações regulatórias. Assim, estando disposta a “aceitar multas nominais em troca de tolerância à execução”. 

A relação entre Tai Chi e Binance seria, então, meramente contratual. Dessa forma, isolaria “ainda mais a Binance da aplicação dos EUA”.

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Considere ingressar em organização autorreguladora

Outra parte do documento sugere que o ingresso da Tai Chi em grupos autorreguladores para “demonstrar disposição para conformidade.” 

A Forbes lembra que, em agosto, a Binance.US se juntou à Blockchain Association. A associação se descreve como a “voz unificada da indústria de blockchain e criptomoeda”.

Criação da Tai Chi

Embora a Binance proíba residentes dos EUA de negociar em sua plataforma principal, muitos já são clientes da exchange.

Para isso, evitam as restrições de “geo-fencing” (perímetro virtual para uma área geográfica real) atualmente em vigor.

Como apontou a Forbes, as instruções sobre como fazer isso estão amplamente disponíveis, incluindo uma publicação no CoinDesk.

“A popularidade da bolsa entre os americanos levou à criação de Binance.US mais compatível, também conhecida como entidade Tai Chi, em setembro de 2019”, disse a Forbes.

Agora, mais de um ano após seu lançamento, a plataforma está negociando US​$ 18,7 milhões por dia. Para a Forbes, esse valor talvez seja “apenas o suficiente para ser uma distração para os reguladores.”

Já a controladora Binance negocia US$ 2,7 bilhões por dia em transações de criptomoedas e US$ 7,7 bilhões por dia em derivativos, de acordo com o CoinGecko.

A Forbes tentou contato com o fundador da Binance, Changpeng Zhao (CZ), e com o diretor de conformidade, Samuel Lim, mas não obteve resposta. A CEO da Binance.US, Catherine Coley, também não fez comentários.  

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.