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O caso envolvendo a criptomoeda LIBRA e seu criador, Hayden Mark Davis, ganhou novos contornos nesta semana. A Justiça argentina recebeu um pedido formal de prisão internacional contra Davis, acusado de estar no centro de um esquema que causou perdas milionárias a investidores.
O advogado Gregorio Dalbon, representante de algumas das vítimas, solicitou que a Interpol emita um alerta vermelho para localizar e prender Davis, com o objetivo de extraditá-lo para a Argentina.
De acordo com o jornal argentino Página 12, o pedido de Dalbon destaca o “risco processual” de Davis permanecer foragido, dada sua capacidade financeira de se esconder ou deixar os Estados Unidos, onde reside. O advogado argumenta que as ações de Davis, desde a criação da LIBRA até seu colapso, sugerem um padrão de conduta voltado a fraudar investidores, explorando supostos vínculos com o governo de Javier Milei.
Enquanto isso, Hayden Davis, que reapareceu publicamente para afirmar sua inocência, segue em liberdade. Em uma entrevista, ele negou qualquer envolvimento direto no golpe e disse ter mantido US$ 110 milhões dos investimentos feitos na LIBRA. Afirmou ainda que a intenção é colocar tudo novamente no projeto, nas próximas fases do projeto.
No entanto, a depender do promotor responsável pelo caso, isso não vai acontecer. Conforme noticiado recentemente, o promotor argentino Eduardo Taiano deve pedir o bloqueio dos US$ 110 milhões sob posse de Hayden. O objetivo pode ser o de ressarcir parte dos credores, em um movimento similar ao das investigações do caso da FTX.
Uma dessas vítimas é Martín Romeo, especialista em criptomoedas e apoiador do presidente Javier Milei. Nesta quarta-feira, ele prestou depoimento ao juiz Arroyo Salgado, que cuida do caso da Libra na Justiça Argentina. Romeo, que investiu e aconselhou outros a investirem na criptomoeda LIBRA, perdeu grande parte de seu patrimônio e expressou publicamente sua decepção com o projeto, que contava com o apoio inicial do governo Milei.
Enquanto as investigações seguem, Davis enfrenta a possibilidade de acusações criminais e processos civis não apenas na Argentina, mas também nos Estados Unidos. Caso o pedido de sua prisão seja decretado pela Justiça do país, será emitido um alerta vermelho contra ele na Interpol, tornando Davis um foragido internacional.
O desfecho desse processo pode definir um precedente importante para casos semelhantes no futuro, especialmente no que diz respeito à responsabilização de figuras centrais em esquemas envolvendo criptomoedas.
Além disso, pode devolver a confiança dos investidores nos projetos de memecoins. Apesar da criptomoeda LIBRA ter características diferentes dos projetos de memecoins, como afirmou uma das vítimas do caso, a criptomoeda impactou severamente o nicho. Isso porque o setor de memecoins teve uma queda drástica no volume de investimentos desde que o caso explodiu.