Foto: FTX/IA
Processo de recuperação judicial da FTX entra em sua fase final com o segundo lote de pagamento dos credores programado para o dia 30 de maio. Credores receberão dinheiro dentre de 1 a 3 úteis.
A massa falida da exchange FTX anunciou o segundo lote de pagamento aos credores. No próximo dia 30 de maio, os credores elegíveis receberão mais de US$ 5 bilhões na conta do seu provedor de serviços de distribuição selecionado.
Essa é a segunda distribuição dos créditos aos lesados pela exchange, que começou em fevereiro. Na ocasião, a FTX beneficiou apenas os credores com valores inferiores a US$ 50.000. Agora, a empresa estenderá os benefícios a todos os demais credores.
Vale destacar que, somente os credores que realizaram o processo de opção por um dos provedores de serviços de distribuição (Bitgo ou Kraken) estarão aptos a receberem os valores. Além disso, é necessário ter completado o processo de verificação definido pelas plataformas.
A falência da FTX é uma das mais polêmicas e emblemáticas do mercado de criptomoedas. Após operar um esquema de alavancagem fantasma e utilizar fundos dos clientes para cobrir prejuízos da Alameda Research — sua empresa de trading —, o CEO Sam Bankman-Fried (SBF) desencadeou uma crise de liquidez sem precedentes.
À época, revelações do Wall Street Journal mostraram que a FTX emprestou US$ 10 bilhões em depósitos de clientes para a Alameda. Por sua vez, a empresa aplicou em investimentos de alto risco e tokens sem lastro, como o FTT. Quando uma reportagem expôs a fragilidade do balanço da Alameda, em novembro de 2022, os clientes iniciaram uma corrida aos saques, retirando US$ 6 bilhões em três dias.
Sem dinheiro em caixa – pois havia utilizado a reserva dos clientes para pagar seus prejuízos na empresa de trading – a FTX congelou saques. Em seguida, entrou com pedido de falência em novembro de 2022.
Os clientes da FTX sofreram um prejuízo total de US$ 8 bilhões, valor revelado durante as investigações. Em 2023, um tribunal condenou Sam Bankman-Fried (SBF) a 25 anos de prisão por fraude e lavagem de dinheiro.
SBF renunciou e foi substituído por John J. Ray III, especialista em recuperação judicial, que descobriu desvios sistêmicos: a FTX usava software para ocultar transferências ilegais de fundos, que financiavam desde imóveis de luxo nas Bahamas até doações políticas.
Surpreendentemente, após mais de 2 anos de investigação, a massa falida da FTX anunciou em outubro de 2024 que havia conseguido levantar entre US$ 14,7 bilhões a US$ 16,5 bilhões. Com isso, anunciou que reembolsará 98% dos credores não governamentais com 118% do valor original. Os pagamentos do próximo dia 30 são a segunda etapa e novas rodadas de pagamento devem ocorrer ao longo do ano.