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Colapso da FTX faz venda de hardwallets disparar 450% no Brasil

O colapso da FTX causou uma verdadeira derrocada entre as criptomoedas, aprofundando a forte desvalorização do mercado. Mas o setor de carteiras de hardware seguiu na contramão e bateu recorde de vendas após os acontecimentos da semana passada.

Tanto a Ledger quanto a Trezor, as principais carteiras do setor, explodiram em número de vendas a nível global. E no Brasil, a procura por esses dispositivos aumentou 450% em apenas cinco dias, conforme explicou Jefferson Rondolfo, da KriptoBR.

A KriptoBR é a revendedora oficial da Ledger e da Trezor no Brasil, e o país viu as procuras por carteiras de hardware disparar. O efeito foi de tal magnitude que o estoque da empresa, previsto para durar três meses, acabou em apenas dois dias.

“Após o colapso da FTX e adjacentes nós já contabilizamos 3.400 vendas nos últimos cinco dias, um aumento de 450%. Isso fez com que os nossos estoques de Ledger Nano S Plus e Ledger Nano X, previstos para suportar três meses, acabassem em apenas dois dias. Ficamos parte de sábado e domingo sem vender e reativamos a pré-venda na ultima segunda-feira (14), após uma nova compra com a Ledger”, explicou Rondolfo.

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Chuva de e-mails e alta demanda

Junto com a Ledger, a KriptoBR também comercializa as carteiras Trezor, SecuX e Bitbox02. No entanto, a fabricante francesa é a mais vendida no Brasil, o que explica a rapidez com que os estoques acabaram. De acordo com Rondolfo, a KriptoBR ainda possui estoques das outras três carteiras.

Carteiras de hardware são dispositivos que armazenam as chaves privadas longe da internet, de modo que hackers não conseguem roubá-las. Logo, nenhum invasor consegue roubar as criptomoedas guardadas nessas carteiras através da internet

Essas carteiras possuem um forte nível de segurança, mas também são prática para o uso no dia-a-dia. E a falência da FTX mostrou que utilizar exchanges como carteiras é um erro que pode custar caro. Por isso, mais pessoas começaram a adquirir suas carteiras pessoais.

Com a alta demanda, a equipe da KriptoBR intensificou sua rotina de trabalho para poder dar conta dos pedidos. Além da demanda por compras, a empresa também precisa dar suporte aos novos clientes, já que muitos não sabem usar as carteiras. Como resultado, a KriptoBR relatou ter recebido uma sobrecarga de e-mails pedindo auxílio com a configuração. 

Os brasileiros estão procurando carteiras de hardware a um ritmo tão veloz que isso rendeu até algumas situações inusitadas de compras no site da KriptoBR.

“Recebemos nesses dias mais de sete mil emails de suportes dos mais variados possíveis. As pessoas estão tão afoitas por terem o produto que tem comprado inadvertidamente o case/capa de silicone da Trezor achando ser a carteira física”, explicou Rondolfo.

Demanda global por segurança

A alta procura por carteiras de hardware não é um fenômeno restrito ao Brasil, mas ocorre no mundo inteiro. Pascal Gauthier, CEO da Ledger, confirmou que a Ledger registrou um volume histórico de vendas na semana da falência da FTX. 

“A semana passada foi a semana de vendas mais alta da história da Ledger. Domingo (13) foi nosso maior dia de vendas de todos os tempos. Até segunda-feira, quando batemos nosso recorde novamente”, disse o CEO.

Junto com o aumento das carteiras de hardware, cresceu a busca por plataformas de negociações descentralizadas, nas quais as criptomoedas não ficam sob posse das exchanges. Nomes como dYdX e Uniswap quebraram recordes de entradas ao passo que Binance e outras grandes exchanges perderam recursos em meio à nova crise.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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