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Coincheck: mais de um ano após o hack, como está a exchange japonesa?

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A exchange de criptomoedas Coincheck foi fundada em 2014 e, até o início de 2018, era a maior corretora do Japão. Ela foi a primeira plataforma de troca a listar o token Lisk (LSK) no Japão, à época fazendo pares com iene e Bitcoin.

Contudo, toda solidez construída ao longo de quatro anos teve fim no dia 26 de janeiro de 2018, data marcada por um dos maiores hacks da história dos criptoativos.

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O hack

 

No dia 26 de janeiro do ano passado, a Coincheck anunciou em seu blog a paralisação temporária de saques e depósitos envolvendo a criptomoeda XEM. A empresa por trás da cripto, a Fundação NEM, foi rápida em afirmar que não tinha conhecimento sobre bugs ou glitches em relação à XEM.

Neste cenário, não demorou para que a comunidade começasse a cogitar a ocorrência de um hack. Pouco tempo depois, os executivos da Coincheck realizaram uma conferência para confirmar o pior: 500 milhões de tokens XEM foram roubados, totalizando uma perda de aproximadamente US$533 milhões.

O hack se assemelha, em parte, ao da Mt. Gox. Ambas exchanges eram as maiores do Japão em seus auges, e ambas sofreram duras quedas – embora, em termos de valores, a Mt. Gox tenha sofrido uma perda muito maior.

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Logo após o hack, a Coincheck garantiu que reembolsaria seus clientes.

Queda da NEM

 

No dia do hack, o token XEM encerrou o dia cotado a US$0,83. O valor se manteve no mesmo nível durante alguns dias, quando, no dia 5 de fevereiro, foi atingido por um declínio de quase 50% – chegando a US$0,44.

Seis meses após o hack, a capitalização da XEM, que ficava entre US$9 bilhões e US$10 bilhões, estava pouco acima de US$1,5 bilhão.

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“Pega ladrão”

 

O programa de reembolso ficou pronto no dia 10 de fevereiro de 2018, tendo início pouco tempo depois.

Ao mesmo tempo, um esforço conjunto entre exchanges, a Fundação NEM e a Coincheck foi iniciado, com o intuito de rastrear os tokens roubados e impedir a venda dos mesmos.

Entretanto, não foi possível impedir os hackers. Conforme relatado pelo CriptoFácil em março do ano passado, todos os tokens foram trocados.

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Também em março, a Coincheck finalizou o processo de reembolso de seus clientes.

Ainda que o esforço conjunto tenha sido estabelecido com uma boa intenção, a ação não foi suficiente e o roubo foi concluído.

Punições

 

Também em março, a Agência de Serviços Financeiros do Japão (FSA), órgão regulador de questões financeiras no país, emitiu duas ordens de melhoria para a Coincheck. Outras seis exchanges também receberam punições.

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As ordens direcionadas à Coincheck diziam respeito ao seu sistema interno de controle de risco, considerado falho pela FSA, e às políticas anti-lavagem de dinheiro e financiamento de causas terroristas empregadas pela companhia.

Um novo começo

 

No dia 5 de abril de 2018, foi noticiada a aquisição da Coincheck pela terceira maior corretora online do Japão, a Monex Group. De acordo com a Monex, a companhia fez a aquisição por conta de um plano focando em tornar serviços de tecnologia financeira baseados em blockchain o centro de seus negócios.

De acordo com a Reuters, a aquisição se deu por meio do pagamento de US$34 milhões.

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De volta ao jogo

 

A Coincheck, desde abril de 2018, havia paralisado seus serviços. Ela permaneceu inerte até 12 de novembro do mesmo ano, quando anunciou sua reabertura.

A NEM avançou mais de 20% no mesmo dia, claramente reagindo ao anúncio.

Em janeiro deste ano, a Coincheck se tornou uma exchange licenciada pela Agência de Serviços Financeiros. A licença foi requerida junto ao Escritório Financeiro de Kanto, sendo posteriormente aprovada pela FSA.

Desta forma, um ano após o hack, a exchange conseguiu recuperar parte de sua credibilidade, sendo uma das seletas corretores licenciadas no Japão.

Possível fusão com a Monex

 

A Monex, que em abril de 2018 adquiriu a Coincheck, tem perdido espaço no mercado financeiro japonês. Na época da aquisição, ela era a terceira maior corretora online – atualmente, ela ocupa a quinta posição no mesmo setor.

Tal retração na participação fez com que a corretora tomasse uma decisão: ela permitirá que investidores comprem Bitcoin e outras criptomoedas em sua plataforma dentro de alguns meses.

Com isso, há a possibilidade de fusão das empresas, embora nada tenha sido confirmado.

Analisando a linha do tempo dos acontecimentos pós hack, não é incorreto dizer que a Coincheck se saiu bem, dentro das possibilidades apresentadas.

Sobreviveu a um roubo de meio bilhão de dólares, ressarciu seus usuários, passou a pertencer a uma das maiores corretoras online do Japão e
adquiriu uma difícil licença junto ao órgão regulador do país.

Leia também: Agora é oficial, Coincheck será vendida para a Monex

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.