Recentemente, muito tem se falado sobre a EletroPay, principalmente após a solução de pagamentos com criptomoedas aparecer no programa Shark Tank. No episódio do programa, a investidora Camila Farani concedeu um investimento de R$3,2 milhões em troca de 20% de participação da empresa.
Contudo, no dia 06 de novembro, Farani respondeu à uma publicação no Twitter sobre o investimento destinado à EletroPay:
Muito começou a ser discutindo após esta publicação no Twitter. A situação da exchange 3xbit continua delicada, com diversos saques de clientes atrasados – inclusive da modalidade leasing, em que o usuário deixa Bitcoins custodiados na plataforma -, e muitos acreditam que a startup é dona da EletroPay, isso porque Saint Clair Izidoro, CEO da 3xbit, é também CEO da EletroPay na América Latina.
Para entender melhor toda a linha do tempo, bem como a verdadeira relação entre a 3xbit e a EletroPay, o CriptoFácil conversou com o CEO global da EletroPay Rodrigo Ambrissi – que também é apresentador do canal Dash Dinheiro Digital do YouTube.
Ambrissi começa explicando:
“A EletroPay é uma empresa que não tem a ver com a 3xbit, são dois caixas e estratégias de gerenciamento completamente diferentes. As movimentações financeiras não se misturam. Nós montamos a EletroPay, Nilbert, Kameda e eu, e a 3xbit foi nosso primeiro cliente grande. O Saint Clair gostou da nossa proposta e apostou no nosso potencial, comprando duas mil máquinas. Temos um prazo para entregar e vamos cumprir com ele.”
Ele então começa a explicar sobre a participação no programa Shark Tank:
“Em maio nós tivemos a gravação do Shark Tank. O Kameda estava na China e não pôde vir, e eu vim para o Brasil só para participar do programa. Chamamos o Saint Clair pois como estou nos Estados Unidos e o Kameda na China, precisávamos de alguém para tocar os detalhes da operação da EletroPay, razão pela qual ele se tornou o CEO da EletroPay na América Latina. Nosso objetivo com o Shark Tank era a exposição na TV.”
O CEO global da EletroPay explicou também a razão por trás da não concretização do investimento:
“Sentamos com o shark e negociamos com ele, e uma das exigências é ter uma empresa aberta, e nós não temos um CNPJ no Brasil referente a criptomoedas e blockchain. O motivo foi esse, a negociação precisa ser feita entre empresas e nós não tínhamos uma aberta. Gravamos o programa em maio e em junho fomos para a Suíça, e lá vimos que faríamos uma besteira muito grande abrindo uma empresa no Brasil.”
Ele completa:
“Se seremos uma empresa global, não podemos abrir uma empresa na Suíça, e depois abrir uma no Brasil. Aí se formos vender para o Canadá, abrimos outra empresa no Canadá. Se eu vendo para o México, abrimos outra empresa no México. Foi quando decidimos criar o modelo de licenciamento, a partir de um contrato, e a 3xbit é licenciada da EletroPay. Isso significa que eles podem usar nossas máquinas, nosso logo e ficam encarregados das operações no Brasil. Isso aconteceu meses antes da situação delicada na qual a 3xbit se encontra.”
Tendo em vista que a 3xbit era a única exchange que a EletroPay veiculava responsável por lastrear suas atividades envolvendo criptoativos – recebimento, compra e venda, dentre outras -, questionamos Ambrissi sobre como fica essa dinâmica agora. Ele respondeu:
“Nós temos exclusividade com a 3xbit no Brasil, mas nós temos outras integrações com outras exchanges em outros países. Estamos em negociação com p2pb2b e também com exchanges no Canadá, além de uma exchange na Colômbia. Cada mercado vai ter um contrato de licenciado para essas exchanges operarem.”
Ambrissi conclui:
“Estamos aguardando o Saint Clair resolver as questões da 3xbit para darmos sequência aos planos, tendo em vista que ele confiou no potencial do nosso negócio. Esperamos que ele resolva a situação da 3xbit para dar sequência ao plano que ele nos passou, que é montar as duas primeiras ‘cidades cripto’ no Brasil, cada uma com mil máquinas da EletroPay.”
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