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Após bloquear os saques de seus usuários, o protocolo Celsius resolveu dar início a uma reestruturação completa de suas atividades. De acordo com o Wall Street Journal, o protocolo já contratou um escritório de advocacia especializado em reestruturações.
Segundo o jornal, o escritório contratado é o Akin Gump Strauss Hauer & Feld LLP. O banco Citibank também estaria ajudando na tarefa de reformular as atividades.
Além disso, eles observaram que a empresa está buscando ajuda de seus investidores que não sejam a reestruturação financeira. Ou seja, o plano de reestruturação provavelmente não significará apenas a realização de novos investimentos.
Com a proposta de oferecer rendimentos atraentes, o Celsius cresceu e se tornou um dos maiores protocolos desse mercado. Em troca do depósito de criptomoedas, os investidores recebiam rendimentos que podiam chegar até 18,63% ao ano.
Embora o rendimento não fosse exagerado, o mercado lançou suspeitas sobre a sustentabilidade do modelo da Celsius. Mas até o episódio do bloqueio de saques, as suspeitas nunca foram aprofundadas.
De maneira geral, os protocolos de empréstimos costumam ir bem nos momentos de alta do mercado. Mas agora que o momento é de queda nos preços, os problemas tendem a ressurgir.
E nesse sentido, o Celsius pode ter que reorganizar todo seu sistema de rendimentos, em busca de um modelo mais sustentável. Até agora, o protocolo não emitiu razões claras para realizar o bloqueio dos saques.
“A CelsiusNetwork está trabalhando 24 horas por dia para a nossa comunidade. Está tudo mãos no convés, então não haverá espaços no Twitter esta semana”, disse a equipe do protocolo.
Como acontece em todo processo de reestruturação, há quem se aproveite para tentar aplicar golpes no mercado. Agora, é a vez de um token chamado Celsius 2.0 (CEL2.0), que supostamente começou a circular no mercado.
O Celsius alertou que nenhum novo token foi criado pela plataforma. Portanto, o CEL2.0 não seu criação, mas é provável que seja um golpe. O ticker do token oficial do protocolo é CEL.
Quanto à sua posição no mercado, a Celsius adicionou 6.000 Wrapped Bitcoin (WBTC) à plataforma Defi MakerDAO. A medida serve para impedir que o protocolo tenha que liquidar seus compromissos e perder recursos.
Se a reestruturação do Celsius não funcionar, a empresa pode ter que considerar a oferta de compra feita pela rival Nexo na segunda-feira (13). A empresa enviou uma carta a Celsius, se oferecendo para adquirir todos os ativos do Celsius e assumir a carteira de mais de 1,7 milhão de clientes do protocolo.
Enquanto isso, outra empresa de empréstimos de criptomoedas – BlockFI – foi multada em US$ 943 mil por não registrar seus título no estado de Iowa, nos Estados Unidos. Nem o Celsius, nem a Nexo possuem registros, e a multa na BlockFi pode abrir precedentes para ambas.
Após o caso do Celsius, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), Gary Gensler, pediu aos investidores que fossem cautelosos com as plataformas que oferecem retornos que são “bons demais para serem verdadeiros”.
Vários senadores apresentaram um projeto de lei na semana passada, com o objetivo de proteger os investidores no caso de uma empresa de criptomoedas eventualmente falir.
De acordo com o projeto, as criptomoedas guardadas pelas empresas pertencem aos clientes. Logo, as empresas não poderão incorporá-las como ativos aos seus balanços.
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