A InDeal era uma empresa que oferecia rendimentos sobre supostos investimentos com criptomoedas, desmantelada em maio de 2019. Recentemente, um de seus sócios teve o pedido de liberdade negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No dia 13 de março, o Gaúcha ZH noticiou que os carros de luxo apreendidos dos sócios da InDeal durante o cumprimento dos mandados referentes à Operação Egypto serão leiloados pela Justiça Federal.
Nem perto de ressarcir o prejuízo
Serão leiloados 34 carros de luxo por meio de duas tentativas de leilão a serem realizadas em Porto Alegre/RS, a primeira no dia 01 de abril e a segunda no dia 13 do mesmo mês. Caso a primeira tentativa não seja frutífera, a segunda ocorrerá dando um desconto de 20% no lance mínimo.
Ao todo, estima-se que os veículos correspondam a um total de R$ 6.188.000,00. A quantia sequer passa perto do prejuízo causado pela InDeal aos seus 23,2 mil clientes, uma vez que a Receita Federal afirma que o rombo supera R$ 1,1 bilhão.
Dentre os carros de luxo a serem leiloados, a mais cara é uma Ferrari California, modelo 2009, avaliada em R$ 670 mil. Há ainda carros mais potentes, como uma BMW X6, modelo 217, avaliada em R$420 mil; e um Nissan 370Z Nismo, modelo 2012, avaliado em R$ 150 mil. A lista conta até mesmo com um carro blindado, este sendo um Mustang GT, modelo 2019 – segundo a reportagem, com pouco uso, provavelmente sendo adquirido próximo da data em que o esquema foi desmantelado.
Além dos veículos mencionados acima, integram a lista outros conhecidos carros de luxo como Dodge Challenger SXT, Porsche Cayenne, Jaguar Espace, Mercedes Benz e Land Rover Evoque.
Bitcoins apreendidos também não garantem ressarcimento
Durante o cumprimento dos mandados da Operação Egypto, também foram apreendidos 4 mil Bitcoins das contas da InDeal na exchange Poloniex. Na cotação atual do Bitcoin, o valor obtido por meio da venda dos Bitcoins somado ao valor dos carros leiloados sequer chegaria a R$ 110 milhões – cerca de apenas 10% do prejuízo causado a clientes.
Caso os Bitcoins sejam liquidados para ressarcir investidores ao fim de 2020, momento no qual previsões apontam que o Bitcoin superará R$ 60 mil, o valor acumulado superaria R$ 240 milhões – ainda longe de ressarcir os investidores.
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