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Os índices de Wall Street continuaram a mostrar grande força à medida que o ano de 2023 chega ao fim, sobretudo nos chamados ativos de proteção. Nesse sentido, os preços continuam a se manter em alta, com o preço do ouro atingindo US$ 2.100 por onça-troy, renovando sua máxima histórica.
Por outro lado, o Bitcoin (BTC) continua a obter fortes ganhos, ultrapassando os US$ 40.000. Nesta segunda-feira (4), a criptomoeda chegou a US$ 41.800 e renovou a máxima do ano, chegando a 150% de valorização em 2023. E esse movimento continua mesmo com o aumento do risco de recessão nos Estados Unidos.
Na semana passada, o CEO do JP Morgan Chase, Jamie Dimon, alertou sobre o potencial de mais inflação e não descartou a possibilidade de uma recessão. Durante a Cúpula DealBook do New York Times de 2023 em Nova York, Dimon expressou preocupação com vários fatores inflacionários.
O CEO, que já criticou o Bitcoin no passado chamando-o de “fraude”, alertou para o potencial de aumento das taxas de juros, o que poderia contribuir para uma recessão econômica. Essa visão é contrária ao que já declarou o presidente do Fed, Jerome Powell, que afirmou que o banco central não deve fazer novos aumentos.
Dimon enfatizou a necessidade global de mais fundos para apoiar iniciativas como a economia verde, a remilitarização dos países e o enfrentamento de crises energéticas. No entanto, advertiu que estas medidas poderiam contribuir ainda mais para aumentar a inflação, que está dando sinais de queda.
Dado que as preocupações com a inflação persistem, o ouro e outras commodities registaram fortes ganhos nas últimas semanas. O estrategista sênior de commodities da Bloomberg, Mike McGlone, afirma que é mais provável que o ouro supere outras commodities.
McGlone afirmou que o ouro tem apresentado desempenho superior em comparação com a maioria das commodities desde o início deste milênio, ou seja, desde 2001. A recente recuperação dos preços dos materiais restabeleceu a tendência estabelecida a favor do metal.
No entanto, à medida que os preços à vista das matérias-primas se aproximam do final de 2023, elas começam a cair. Com esse cenário, o ouro se destaca e volta a registrar suas máximas.
Em meio ao ambiente de altas taxas de juros este ano, o Bitcoin apresentou uma recuperação sólida em 2023. O preço do BTC subiu 150% no acumulado do ano, ultrapassando US$ 41.000. Por outro lado, o ouro apresentou retornos de 16% desde o início do ano, mostrando mais uma vez uma clara lacuna em relação ao BTC.
A grande questão permanece: se esse desempenho superior continuará em 2024, caso haja recessão nos EUA. O ouro é uma importante proteção contra a recessão, enquanto o BTC tem funcionado como um ativo de risco. O popular crítico do Bitcoin, Peter Schiff, falou sobre isso.
“A negociação de ouro acima de US$ 2.100 esta noite, pela primeira vez na história, é muito mais significativa do que a negociação de Bitcoin acima de US$ 40 mil. O ouro estourou completamente. Está em território desconhecido, enquanto o Bitcoin ainda precisa subir mais de 60% daqui apenas para atingir um novo máximo”.
Em contrapartida, o CEO da Blockstream, Adam Back, expressou sua crença de que o ouro digital (Bitcoin) está prestes a ultrapassar o valor do ouro físico, mais cedo ou mais tarde, potencialmente dentro do atual ciclo de halving, que se estende por aproximadamente quatro anos.
Back estima que, no momento, o BTC precisaria atingir cerca de US$ 700.000 para superar o valor do ouro. Ele sugere que o Bitcoin poderia se tornar um substituto parcial do ouro, com alguns indivíduos vendendo ouro para investir em BTC, causando essa virada em termos de valor de mercado.
O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, comparou o Bitcoin com uma chave para estender a civilização ocidental. À luz da potencial inflação nos EUA, ele vê a criptomoeda como uma alternativa à qual as pessoas podem recorrer, agindo como um controle e equilíbrio natural.
Mas ao contrário de outros defensores do BTC, Armstrong prevê que as criptomoedas e as moedas fiduciárias devem coexistir, com stablecoins como a USDC desempenhando um papel significativo na ligação entre os dois mercados. Ele vê esta transição como complementar ao dólar e benéfica para os interesses americanos a longo prazo.