Em uma nota, publicada nesta terça-feira, dia 18 de maio, a Binance, através de seu CEO Changpeng Zhao, buscou esclarecer a recente polêmica envolvendo o ranking do provedor de dados sobre criptomoedas CoinMarketCap (CMC).
Conforme noticiou o CriptoFácil, pouco mais de um mês após ser adquirido pela Binance, o CMC mudou seu sistema de classificação de câmbio, o que colocou a Binance no topo do ranking.
Este fato gerou muitas controvérsias sobre uma possível interferência da exchange nas métricas do site para benefício próprio.
Na nota, CZ explicou que houve um “confusão” sobre a relação entre a Binance e o CMC. Por isso, começou pontuando alguns conceitos, como propriedade, independência, influência, neutralidade e colaboração.
CZ destacou que, de fato, a Binance comprou o CMC. Entretanto, segundo ele, o provedor possui independência para tomar decisões e trabalhar com o objetivo de “criar ótimos produtos e serviços”.
No entanto, como explicou, isso não significa que o CMC não responda à Binance, isto é, ao ecossistema geral e não à plataforma em si. Afinal, existe uma hierarquia e as equipes têm metas a serem atingidas.
Sobre a independência de cada equipe, CZ destacou:
“A questão não é ‘você é independente ou não é independente’. É ‘que grau de independência você tem’. Na Binance, você tem muito.”
CZ confirmou que possui “alguma influência” sobre o CMC, já que fornece suas sugestões nas reuniões. Entretanto, ele garantiu que não ditará como o CMC será executado.
O CEO explicou que, algumas semanas após a aquisição do CMC, ele questionou qual era a principal demanda dos usuários. Assim, foi proposta uma pesquisa para e ele twittou sobre isso.
“Não devo twittar sobre o CMC para ser visto como mais distante ou “independente”? Bem, supere isso. Nós compramos. Você pode assumir com segurança que continuarei a twittar bastante sobre o CMC, assim como continuarei a fazê-lo para Binance, BNB, Trust Wallet, WazirX e todas as equipes e projetos no ecossistema da Binance”, ressaltou CZ.
Segundo o CEO da Binance, o feedback do tweet pedia a correção na classificação das exchanges e volumes falsos. Desta forma, a equipe do CMC teria planejado as devidas correções. O plano combinava uma métrica de liquidez atualizada e tráfego da web com previsão de um mês para implementação.
Só que CZ considerou o plano “lento” e então, sugeriu fazê-lo em uma semana e usar uma métrica simples.
“A equipe voltou alguns dias depois e me informou que combinaria as três classificações em uma única, usando o fator de tráfego da web. Não sabia ou perguntei sobre os detalhes de como o fator de tráfego da web foi calculado”, se defendeu CZ.
CZ afirmou que a classificação é um problema mais difícil de resolver do que parece. Por conta disso, ele projetou que o CMC terá que reajustar os algoritmos usando mais métricas, em breve.
“Mas estamos confiantes de que o CoinMarketCap poderá fornecer classificações razoavelmente precisas e úteis para os usuários de maneira consistente e a longo prazo”, destacou.
CZ ainda afirmou que o tráfego na web é um exemplo objetivo do CMC de apresentar dados de maneira precisa e acessível. Além disso, o CEO comentou que nenhuma métrica adicional que pode ser usada será perfeita ou inviolável.
Mesmo assim, a Binance (o ecossistema, não a plataforma) usará uma combinação dessas métricas para “melhorar o CMC, combater a inflação por volume e capacitar os usuários a tomar decisões mais informadas”.
CZ ainda abordou o aspecto da neutralidade na nota. Ele ponderou que em nenhum momento a exchange será “manualmente” fixada em uma posição.
“O CMC, sem sua neutralidade, perde sua marca e seu valor, o que claramente atrapalha nosso objetivo coletivo de aumentar a conscientização e a adoção em torno do ecossistema de criptomoedas. O CoinMarketCap continuará mantendo uma postura neutra e colaborativa”, finalizou CZ.
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