Kelly Loeffler, ex-CEO da Bakkt e agora senadora pelo estado norte-americano da Geórgia, está sofrendo acusações de informação privilegiada após uma controversa venda de ações antes da crise da Covid-19. Por conta disso, Loeffler anunciou que está liquidando suas participações acionárias e também as de seu marido.
Em uma mensagem divulgada em seu Twitter na quarta-feira, 08 de abril, Loeffler disse que ela e seu marido Jeffrey Sprecher, CEO da Intercontinental Exchange (ICE), que é a empresa proprietária da Bakkt e da Bolsa de Nova York (NYSE), estão liquidando suas participações em contas gerenciadas para se concentrar em lidar com a situação do coronavírus.
“Meu marido e eu estamos liquidando nossas participações em contas gerenciadas. Não estou fazendo isso porque preciso. Estou fazendo isso para ir além da distração e voltar o foco ao trabalho essencial que todos devemos fazer para derrotar o coronavírus”, afirmou a senadora
Junto com a mensagem, Loeffler também publicou um artigo de opinião escrito por ela mesma no Wall Street Journal. No artigo, a senadora explica o caso e reforça que sua ação não é causada pelos requisitos do Senado, mas pelo “forte compromisso de derrotar o coronavírus”. Loeffler acrescentou que ela reportará todas as transações em um relatório de transações periódicas públicas que será divulgado ainda em abril.
“Estou tomando medidas para ir além da distração e voltar o foco ao trabalho essencial que todos devemos fazer para derrotar o coronavírus. Embora as regras de ética do Senado não exijam, meu marido e eu estamos liquidando nossas participações em contas gerenciadas e passando para fundos negociados em bolsa e fundos mútuos. Relatarei essas transações existentes no relatório periódico de transações que arquivar ainda este mês.”
No dia 20 de março, surgiram relatos alegando que Loeffler vendeu milhões de dólares em ações poucos dias após a realização de uma audiência privada do Comitê de Saúde do Senado. Como o tema da audiência era o novo coronavírus, logo a senadora foi criticada por supostamente ter utilizado informação privilegiada em benefício próprio, algo que é considerado crime na maioria dos mercados financeiros.
O comentarista político americano Keith Boykin acusou explicitamente Loeffler de estar envolvido em um “escândalo de informações privilegiadas sobre coronavírus” ao lado de outros senadores, incluindo Richard Burr, Jim Inhofe e Ron Johnson.
Loeffler rejeitou as acusações de negociação imprópria, alegando que ela não está diretamente envolvida nas decisões sobre seu portfólio. A ex-CEO da Bakkt explicou que uma terceira pessoa ou conjunto de consultores tem a tarefa de tomar essas decisões.
Ironicamente, Loeffler foi indicada para um comitê responsável por supervisionar as ações da Comissão de Negociação de Futuros e Commodities (CFTC), conforme relatou o CriptoFácil em janeiro. No entanto, ainda não existem informações sobre se o escândalo afetará o posto da senadora no comitê.
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