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Acala retoma operações após erro na emissão de stablecoins

A rede Acala retomou suas operações na segunda-feira (26) mais de um mês após uma grande falha quase ter destruído o projeto. Em 15 de agosto, a equipe do projeto cometeu um erro e imprimiu US$ 3 bilhões na stablecoin aUSD.

Depois dessa falha, hackers conseguiram invadir a rede e se apoderar de 1,2 bilhão dessas aUSD. Como resultado, a stablecoin perdeu sua paridade com o dólar e praticamente desabou. No momento da escrita deste texto, uma aUSD vale apenas US$ 0,99, de acordo com o site CoinGecko.

Conforme informou a equipe da Acala, houve um referendo comunitário para decidir pela Etapa 1 de retomada das operações. Os participantes da rede votaram a favor da retomada das operações, que começou a partir da segunda-feira.

De acordo com Acala, a comunidade votou para retomar as operações da rede e também decidiu queimar quase a totalidade dos tokens impressos. Isto é, dos 3 bilhões de aUSD emitidos, a equipe queimou 2,7 bilhões.

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Um erro muito caro

Alguns projetos de blockchain precisam lidar com hackers, mas a Acala precisou lidar com seus próprios desenvolvedores. Um “erro humano” há algumas semanas quase matou todo o projeto. 

Em 15 de agosto, a plataforma DeFi Acala publicou um relatório explicando como eles imprimiram erroneamente 3 bilhões de sua stablecoin aUSD, causando seu colapso imediato. Naquela época, o aUSD despencou mais de 99%, atingindo um preço inferior a US$ 0,01.

“Resultados do rastreamento do 2º lote + resumo abaixo. Emitimos por engano um total de 3 bilhões de aUSD. Em seguida, cerca de 16 endereços reivindicaram os novos tokens. Com isso, o referendo nº 21 da Acala queimou entre 1,292 bilhão de aUSD. Outros 1,682 bilhão obtidos após o incidente permanecem em 16 endereços”, disse a equipe.

Ou seja, aproveitando um erro dos desenvolvedores, usuários conseguiram se apoderar de aUSD e despejaram no mercado. Enquanto eles lucravam, o preço da aUSD entrava em colapso, o que levou a rede decidiu interromper as operações de swap, comunicações entre cadeias e oráculos, entre outras medidas.

Desde então, a rede entrou em modo de manutenção, congelando os fundos dos usuários para recuperar os tokens “falsos”. A comunidade mais tarde votou para identificar e destruir esses tokens, o que ajudou a restaurar as operações. No entanto, a paridade da aUSD permanece abaixo de US$ 1.

O futuro da aUSD após erro

De acordo com o último relatório da Acala, a rede tem uma oferta circulante total de 10.961.589 aUSD em circulação. Desse total, um total de 5.837.712 aUSD estão garantidos pela Fundação Acala, que cuida da manutenção da rede.

Além disso, o protocolo já conseguiu recapitalizar e reequilibrar os pools de liquidez do Acala Swap para os níveis antes do acidente. Nesse sentido, os pools contaram com apoio da Fundação Acala, que doou mais de 3 milhões em tokens para garantir a liquidez das operações..

“Como todos os aUSD em circulação foram recolateralizados e os pools de liquidez foram recapitalizados e reequilibrados, a rede Acala está pronta para retomar as operações normais”, afirmou a equipe.

No entanto, alguns ativos ainda estão congelados pelo voto da comunidade, enquanto outros estão bloqueados em várias exchanges centralizadas (CEX) que apoiaram o esforço de recuperação do aUSD.

Por fim, ainda existe uma parcela das aUSD em circulação. A Acala está oferecendo recompensas de até 5% aos usuários que devolverem os fundos envolvidos no incidente.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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